TV despeja R$ 2,4 bilhões para clubes faturarem como nunca e irem na contramão do país em 2016

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Em um cenário de recessão econômica no Brasil, o futebol foi exceção em 2016. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,6%, os principais clubes do país faturaram como nunca no último ano, fruto, principalmente, de uma cifras bilionária despejada pela televisão por direitos de transmissão.

Os números estão disponíveis nos demonstrativos financeiros das equipes, divulgados oficialmente neste início de 2017 e compilados pelo especialista em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, em seu estudo anual sobre as finanças dos clubes brasileiros.

Em 2016, os 20 clubes com maiores receitas do futebol nacional faturaram R$ 5,40 bilhões, crescimento de 30,2% em relação R$ 4,16 bilhões de 2015 e recorde anterior. Também pela primeira vez na história, mais da metade desse valor saiu da televisão, 51%, totalizando R$ 2,4 bilhões.

A evolução no quesito é, disparado, a que registrou maior crescimento no período, subindo 76% em relação a R$ 1,4 bilhão recebido em 2015. Nas outras três principais fontes de receitas dos clubes, os patrocínios cresceram 8%; as vendas de jogadores, 5%; mas a verba de bilheteria caiu 14%.

O aumento significativos nas verbas de televisão passa pela renovação de contratos com a Globo para o período de 2019 a 2024 e assinatura de algumas equipes com o Esporte Interativo. Nos balanços, muitas equipes registraram entre as receitas o pagamento de luvas, o que inflou os valores.

Líder em arrecadação em 2016, com R$ 510,1 milhões, o Flamengo, por exemplo, registrou R$ 297,2 milhões em receitas de TV. Desse valor, R$ 70 milhões foram luvas já recebidas dos R$ 100,3 milhões acertados pela assinatura de contrato com a Globo – o restante será pago em duas parcelas, em 2019 e 2021.

Assim, 58% das receitas rubro-negras foram provenientes da TV, em um cenário, porém, que não é exclusividade. Entre os 20 clubes de maior faturamento no último ano, 13 tiveram mais ou a metade do dinheiro que entrou em seus caixas vindo dos direitos de transmissão – em 2015, foram apenas cinco.

A maior “dependência” foi do Vitória, que faturou R$ 112 milhões, 16ª maior receita do Brasil, sendo R$ 90,4 milhões, ou 81%, vindo da televisão. Em seguida, aparece o Vasco, com 77% (R$ 165,2 milhões de R$ 213,3 milhões); e o Bahia, 75% (R$ 90,8 milhões de R$ 120,7 milhões).

No geral, os direitos de TV responderam por 51% do faturamento dos clubes brasileiros; a venda de jogadores, 14%; os patrocínios, 11%; os sócios, também, 11%; as verbas de bilheteria, 7%; e outras fontes, 6%. Em 2015, a divisão foi, respectivamente, 38%, 17%, 14%, 14%, 10% e 7%.

Com luvas da Globo, o Flamengo foi a equipe com o maior crescimento na verba de TV na comparação com 2015, em milhões de reais, com aumento de R$ 169,3 milhões. Em seguida, vieram Grêmio (R$ 122,6 milhões), Fluminense (R$ 110 milhões), Corinthians (R$ 108 milhões) e Internacional (R$ 81,3 milhões).

Já percentualmente, a maior evolução foi a do Fluminense, com incremento de 163% na comparação com o dinheiro recebido da TV em 2015, seguido pelo Vitória, 161%; Grêmio, 153%; Flamengo, 132%; e Internacional, 111%.

No extremo oposto, com as menores variações tanto em valores nominais, quanto percentualmente, estão Chapecoense e Atlético-MG, com aumento, respectivamente de R$ 5,5 milhões (22%) e R$ 15,3 milhões (13%).

Fonte: Msn

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