Tempo no transporte afeta saúde dos paulistanos, aponta estudo da USP

Mais tempo no ônibus acaba se tornando menos tempo fazendo exercícios ou preparando refeições saudáveis.

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Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP mostra que o tempo que os paulistanos passam no trânsito na cidade de São Paulo afeta a saúde. Os pesquisadores ouviram 4.043 pessoas, entre adolescentes, adultos e idosos, nas cinco coordenadorias de saúde. O ISA (Inquérito de Saúde da capital, como é chamado esse estudo) já tinha sido feito também em 2003 e 2008.

A pesquisa mostra que os moradores da capital passam mais de uma hora por dia no transporte: os homens uma hora e 36 minutos e as mulheres, uma hora e 17 minutos. Essas horas gastas no ônibus ou no congestionamento fazem com que não reste tempo para se pensar em comida saudável nem disposição para praticar exercício.

Lanches rápidos, chocolates e pipoca acabam tomando lugar de refeições saudáveis. A nutricionista Regina Fisberg analisou as calorias de algumas das opções oferecidas por ambulantes no transporte público. “A quantidade de calorias de um pacotinho da pipoca de canjica é de 78 kcal nem é muito, mas só veicula açúcar”, disse.

O pacote de pururuca tem 127 ml de sal em 25 gramas, o que representa “10% da recomendação aproximadamente diária de sal”. “O amendoim tem ainda mais sal. Esse pacote tem 189 calorias, 363 de sal.

A nutricionista que analisou os dados da pesquisa descobriu informações preocupantes. “A qualidade da dieta pior é do adolescente. A maioria tem um consumo muito elevado de gordura saturada, de açúcar de adição e também de álcool, que é bem elevado.”

A sensação é a de ser engolido pela rotina dessa cidade imensa. Pouca gente segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde de praticar ao menos duas horas e meia de exercícios por semana para os adultos e de uma hora por dia para adolescentes.

 (Foto: Editoria de Arte/G1)

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